Conselho Presidencial da Líbia alerta para riscos de instabilidade política

O Conselho Presidencial da Líbia, controlado majoritariamente por Trípoli, expressou preocupação com ações unilaterais de instituições políticas, alertando para o risco de desestabilização no país. O órgão pediu que a Câmara dos Representantes e o Alto Conselho de Estado resolvam suas divergências e cheguem a um consenso sobre nomeações para posições soberanas cruciais.

Apesar do cessar-fogo de 2020, movimentações armadas recentes em Trípoli e no sul do país estão reacendendo temores de um novo conflito. No sul, os esforços para reestruturar o Exército Nacional Líbio (LNA) resultaram em confrontos fatais. A Líbia continua dividida entre administrações rivais, alimentadas por disputas econômicas e instituições fragmentadas sem um orçamento unificado.

A competição por recursos e poder também envolve figuras como o general Khalifa Haftar, que controla o leste do país a partir de Benghazi, e o primeiro-ministro interino Abdulhamid Dbeibah, que lidera o oeste a partir de Trípoli. Apesar de colaborações econômicas pontuais, a relação entre os dois lados permanece instável, especialmente na disputa por receitas do petróleo e o controle do Banco Central.

Enquanto isso, a Rússia tem ampliado sua influência na região, reformando uma base aérea no deserto líbio, segundo a Jamestown Foundation. Essa base estratégica serve como ponto de apoio logístico militar para o oeste da África e fica próxima às fronteiras com Egito, Sudão e Chade. Sob a aliança com o general Haftar, Moscou utiliza bases na Líbia para fortalecer sua presença no Sahel e enviar armas para conflitos regionais, incluindo a guerra civil no Sudão. A iniciativa também reflete ambições russas de ampliar sua influência no Chifre da África.