Montadoras enfrentam incerteza com tarifas e impacto bilionário nos custos

O setor automotivo nos EUA enfrenta um cenário instável com a possibilidade de aumento nas tarifas de importação para veículos e peças, que podem chegar a 25% a partir de 3 de maio. O Deutsche Bank alerta que essas medidas podem desacelerar as vendas de automóveis no país, reduzindo o volume anual de 16 milhões em 2024 para 15,4 milhões em 2025.

Ford e GM estão entre as empresas que podem sofrer os maiores impactos, com custos adicionais estimados em mais de US$ 10 bilhões. Tesla e Rivian, por outro lado, enfrentam efeitos menores devido às suas cadeias de suprimentos. Para lidar com o cenário, as montadoras estão adotando estratégias diversas, como ajustes de preços, incentivos e mudanças na produção.

A Tesla, por exemplo, interrompeu as vendas de modelos produzidos nos EUA para a China, enquanto a GM suspendeu operações em algumas de suas fábricas. Ford oferece descontos aos funcionários e redistribui sua produção, enquanto a Honda descarta repassar os custos aos consumidores no momento. Outras empresas, como Mazda, Mitsubishi e Subaru, estão absorvendo os custos temporariamente ou interrompendo o envio de estoques para os EUA.

O Deutsche Bank destaca que, mesmo sem anúncios generalizados, o impacto financeiro será significativo, com algumas montadoras compartilhando o peso dos custos com revendedores e consumidores. A incerteza regulatória e os riscos de execução permanecem, especialmente para fabricantes menores e novos entrantes no mercado, como Rivian. A expectativa é de que as montadoras ajustem suas operações continuamente enquanto monitoram as mudanças nas políticas tarifárias.