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China Reorganiza Mercado de Aviação e Redefine Estratégias Industriais

Publicado em: 18/04/2025 02:08 | Categoria: Energia e Renováveis

A China está promovendo uma das maiores mudanças na indústria aeroespacial moderna, com um claro foco em independência tecnológica e soberania industrial. Relatórios apontam que Pequim orientou suas companhias aéreas a suspenderem pedidos de aeronaves fabricadas nos EUA, como as da Boeing, privilegiando alternativas domésticas, como o C919 da COMAC.

O mercado aéreo chinês, que transportou mais de 660 milhões de passageiros em 2019, está se recuperando rapidamente dos impactos da pandemia. Com projeções de crescimento contínuo até 2030, o país busca reduzir a dependência de fornecedores estrangeiros, especialmente no contexto de tensões comerciais e políticas com os EUA.

Enquanto a Airbus tem consolidado sua posição na China, com uma linha de montagem em Tianjin desde 2009, a Boeing enfrenta um declínio significativo. Entre 2015 e 2020, a empresa entregou 668 aeronaves para clientes chineses, número que despencou para 109 entre 2020 e 2025. Problemas como a crise do 737 MAX e a priorização de estratégias financeiras sobre a engenharia contribuíram para essa perda de mercado.

A COMAC, por outro lado, está crescendo rapidamente. Após aprender lições com o ARJ21, a fabricante chinesa lançou o C919, um concorrente direto do Airbus A320 e do Boeing 737. Com suporte do governo, a produção do C919 está projetada para atingir 150 a 200 unidades por ano até o final da década. Além disso, grandes companhias aéreas chinesas já encomendaram 300 unidades do modelo, reforçando a estratégia de substituição de fornecedores estrangeiros por locais.

A China também tem avançado em certificações e tecnologias emergentes. Em 2024, a Administração de Aviação Civil da China (CAAC) certificou a RX4E, primeira aeronave elétrica para passageiros aprovada globalmente. Além disso, o país tem investido na produção de combustíveis sustentáveis e na expansão de sua infraestrutura de aviação.

Esses movimentos refletem uma transição estratégica: a busca pela autonomia industrial e um modelo de aviação menos dependente de players ocidentais. A Boeing, por sua vez, enfrenta desafios não apenas na China, mas também globalmente, enquanto a Airbus deverá ficar atenta à crescente presença da COMAC no mercado interno chinês e em países parceiros do Belt and Road Initiative. A aviação global está se tornando multipolar, com a China liderando mudanças significativas no setor.

Reportagem – Equipe de Jornalismo da Axio News – Subsidiária da Axio Investments.

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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