Empatia e Deportações: Críticas à Desumanização em Voo nos EUA

Voos de deportação conduzidos pela administração dos EUA têm gerado polêmica devido às condições enfrentadas pelos detidos. Segundo relatos, os passageiros deportados são algemados durante toda a viagem, e os comissários de bordo recebem orientações para evitar contato visual, interações ou até mesmo oferecer comida aos detidos. Em caso de emergência, evacuar esses indivíduos não é considerado prioridade. Essas práticas têm gerado comparações com regimes autoritários do passado.

A discussão sobre empatia e desumanização ganhou destaque durante o período de Pessach, uma celebração judaica que enfatiza a luta contra a escravidão e a busca pela liberdade. Líderes religiosos como o rabino Jonathan Sacks destacam que a empatia com estranhos e a oposição ao abuso de poder são valores centrais nas tradições judaicas e cristãs. No entanto, críticos apontam que parte da sociedade americana, incluindo fundamentalistas cristãos, rejeita esses princípios em favor de narrativas que deslegitimam a compaixão.

Figuras públicas como Elon Musk têm alimentado discursos que associam a empatia a uma suposta fraqueza civilizacional. Musk defende que a "exploração da empatia" estaria levando o Ocidente a um "suicídio civilizacional". Outros, como o professor canadense Gad Saad, reforçam essas ideias ao argumentar que certos ideais progressistas representam ameaças à sobrevivência das sociedades ocidentais.

Relatos também indicam uma crescente vilificação da empatia em círculos religiosos e políticos conservadores. Autoridades religiosas e líderes femininas que defendem minorias e imigrantes têm sido alvo de ataques que categorizam a empatia como “tóxica” ou contrária à vontade divina. Especialistas alertam que essa retórica pode levar à desumanização de grupos vulneráveis e justificar ações discriminatórias em larga escala.

Pesquisadores e historiadores sugerem que a rejeição à empatia é uma ferramenta utilizada para restringir os direitos em democracias multiculturais e criar justificativas para a exclusão e violência. Enquanto isso, o discurso antiempatia ganha força em plataformas digitais, intensificando divisões e promovendo narrativas que ignoram os impactos sociais e ambientais de ações humanas.