Conflito entre Harvard e governo Trump ameaça status fiscal da universidade

A administração Trump intensificou sua disputa com a Universidade de Harvard, congelando US$ 2,2 bilhões em subsídios plurianuais e US$ 60 milhões em contratos. A medida foi uma resposta à recusa da universidade em cumprir exigências, como auditorias para avaliar a "diversidade de opiniões" de estudantes e professores.

Além disso, o governo federal solicitou ao IRS (Receita Federal dos EUA) a revogação do status de isenção fiscal de Harvard, o que poderia ter consequências financeiras significativas. Estimativas apontam que os benefícios fiscais da universidade ultrapassaram US$ 465 milhões em 2023. Historicamente, poucas instituições perderam sua condição de isenção fiscal, como foi o caso da Bob Jones University em 1983.

Um porta-voz da Casa Branca afirmou que a investigação do IRS começou antes de o ex-presidente Trump declarar em redes sociais que Harvard deveria ser tributada como uma "entidade política". Já um representante da universidade declarou que a ação do governo é ilegal e que a revogação do status tributário comprometeria a missão educacional de Harvard, afetando programas de ajuda financeira, pesquisas médicas e inovação.

O governo também ameaçou impedir a matrícula de estudantes internacionais na universidade, um grupo que representa mais de 25% do corpo discente de Harvard. Apesar disso, a instituição depende menos financeiramente desses estudantes do que outras universidades, devido ao seu programa de auxílio baseado em necessidade financeira.

Advogados da universidade argumentam que as medidas do governo violam a Primeira Emenda e estão preparando uma resposta legal. Harvard, com sua vasta dotação financeira, está posicionada para enfrentar uma longa batalha judicial com o governo federal.