Putin e Trump se encontram em meio a tensões comerciais globais

Os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin se cumprimentaram durante uma coletiva de imprensa conjunta após uma reunião em Helsinque, Finlândia, no dia 16 de julho de 2018.

Enquanto a Rússia ficou de fora das tarifas comerciais anunciadas por Trump no início daquele mês, o Kremlin afirmou que o país não está imune às consequências econômicas de uma possível guerra comercial global.

"É claro que a instabilidade na economia global não pode deixar de afetar a Rússia", disse Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, segundo uma tradução do Google. Ele também destacou que, apesar das sanções, a Rússia conseguiu manter a estabilidade macroeconômica.

Diferente de outros aliados dos EUA que enfrentaram tarifas, a Rússia foi poupada devido às sanções já existentes contra o país após a invasão da Ucrânia em 2022, segundo a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt. Isso teria limitado o comércio significativo entre os dois países.

Analistas, no entanto, questionaram essa justificativa, apontando que a Rússia ainda realizava mais comércio com os EUA do que outros países incluídos na lista de tarifas, como Brunei e Maurício. Curiosamente, a Ucrânia foi atingida com uma tarifa de 10%.

As turbulências nos mercados globais levaram Trump a reduzir temporariamente as tarifas de importação para a maioria dos países — exceto a China — para 10% por 90 dias. O futuro das negociações comerciais permanece incerto.

A reação russa às medidas comerciais de Trump foi mista, oscilando entre alívio por estar fora do foco principal, preocupação com a volatilidade econômica global e satisfação com os problemas enfrentados pelo Ocidente. Analistas apontam que a desestabilização da ordem mundial liderada pelos EUA pode, de certa forma, beneficiar os interesses do Kremlin.