Mina brasileira de terras raras destaca dependência do Ocidente da China

Uma mina de terras raras no Brasil, apoiada por investidores americanos, expõe a dependência global da China no fornecimento desses minerais estratégicos essenciais para tecnologias como veículos elétricos, turbinas eólicas e mísseis guiados. Localizada em Minaçu, Goiás, a mina Serra Verde é a única operação fora da Ásia que produz quantidades significativas de terras raras pesadas, elementos críticos para a economia moderna.

Apesar do interesse crescente do Ocidente, a produção da mina está contratada para a China até 2027, já que o país é um dos únicos capazes de processar e separar esses minerais. "Eles eram o único cliente que poderia processar o produto", afirmou o CEO da Serra Verde, Thras Moraitis.

A China domina a mineração e o processamento de terras raras, com ênfase nos elementos mais pesados e difíceis de extrair. Enquanto isso, iniciativas nos Estados Unidos e na Europa, incluindo plantas de processamento na França e na Estônia, estão em estágios iniciais e podem levar anos para se tornarem operacionais.

A Serra Verde iniciou suas operações em 2022 após 14 anos de desenvolvimento e mais de US$ 150 milhões em investimentos. Atualmente, a empresa planeja dobrar a oferta mundial de terras raras pesadas fora da Ásia até 2027, mas outros projetos no Brasil ainda estão distantes de se tornarem realidade.

Desde que a China restringiu a exportação desses minerais estratégicos, governos e indústrias têm intensificado suas buscas por alternativas, mas a dependência global do país asiático continua sendo um desafio para o Ocidente.