Política dos EUA para o Irã gera incertezas sobre enriquecimento de urânio

A política dos Estados Unidos em relação ao programa nuclear do Irã enfrenta críticas devido a declarações contraditórias de seus representantes e falta de clareza nas negociações.

O enviado especial dos EUA fez declarações divergentes sobre os limites do enriquecimento de urânio pelo Irã, gerando confusão sobre a posição real do governo americano. Enquanto isso, o Irã insiste que o enriquecimento de urânio é um "princípio inegociável", mas se mostrou disposto a construir confiança para abordar preocupações americanas.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou que “o enriquecimento é uma realidade aceita” e que Teerã está preparado para aliviar dúvidas sobre suas atividades nucleares, mas não abrirá mão do direito ao enriquecimento. A declaração foi feita antes da segunda rodada de negociações com os EUA, marcada para o fim de semana em Omã.

Por outro lado, o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, causou confusão ao sugerir posições divergentes. Em um momento, disse que o Irã deveria eliminar completamente o programa de enriquecimento e, em outro, defendeu que o limite deveria permanecer em 3,67%, conforme o acordo nuclear de 2015, o qual foi abandonado pelos EUA em 2018.

Essas mensagens conflitantes geraram reações nas redes sociais e críticas de grupos conservadores. Organizações como a United Against Nuclear Iran (UANI) elogiaram as declarações mais rígidas de Witkoff, enquanto o Irã aguarda uma posição clara dos EUA na mesa de negociações.

Autoridades americanas admitiram que a política para o Irã ainda está sendo definida, dada a sensibilidade política do tema. A falta de clareza reflete discussões internas contínuas dentro do governo americano.