Preços do petróleo oscilam em meio à guerra tarifária dos EUA
Publicado em: 16/04/2025 21:10 | Categoria: Commodities
Os preços do petróleo mostraram sinais de recuperação nesta semana após uma queda acentuada provocada pela ofensiva tarifária global do presidente dos Estados Unidos. Apesar disso, ainda estão longe dos níveis observados há quatro meses, o que preocupa os países exportadores de petróleo.
A recente recuperação foi impulsionada por sinais de que os EUA poderiam considerar isenções tarifárias para produtos como smartphones e semicondutores. No entanto, a situação voltou a se complicar quando o governo norte-americano anunciou uma nova investigação sobre a dependência do país em relação a minerais críticos importados, com a possibilidade de novas tarifas.
Enquanto isso, as importações chinesas de petróleo bruto registraram um aumento expressivo em março, atingindo o maior nível em 20 meses, com mais de 12 milhões de barris por dia. Este crescimento foi impulsionado por um aumento nos fluxos de petróleo iraniano e russo, após quedas devido às sanções dos EUA. O preço do Brent atingiu US$ 66 por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) subiu para acima de US$ 61 por barril.
Ainda assim, a continuidade desse ritmo de importações pela China permanece incerta. Para os exportadores de petróleo, o maior desafio é a duração da guerra tarifária, que afeta diretamente suas receitas. Países como Angola, Nigéria, Colômbia e Venezuela estão entre os mais vulneráveis, enfrentando dificuldades financeiras devido à queda nos preços do petróleo.
Analistas apontam que a persistência da guerra tarifária poderá agravar as dificuldades econômicas para esses países. Angola, por exemplo, teve que desembolsar US$ 200 milhões em uma chamada de margem relacionada a um contrato com o JP Morgan. A Nigéria também enfrenta riscos devido à desvalorização da moeda local.
Além disso, grandes exportadores como a Arábia Saudita e a Rússia estão sofrendo com orçamentos impactados pela queda nos preços. No caso da Arábia Saudita, o déficit orçamentário pode chegar a US$ 75 bilhões, enquanto a Rússia vê sua principal mistura de petróleo cair para menos de US$ 55 por barril, abaixo do valor planejado em seu orçamento anual.
Por outro lado, os importadores de petróleo podem se beneficiar temporariamente dos preços mais baixos, embora os impactos negativos da guerra comercial global possam neutralizar esses ganhos. Economistas alertam que a continuidade do conflito tarifário aumenta os riscos de uma recessão global, com projeções de 60% de probabilidade, segundo o JP Morgan.
O futuro dos preços do petróleo e da economia global dependerá do desenrolar das negociações comerciais, que, se bem-sucedidas, podem trazer alívio para os mercados e impulsionar os preços do petróleo.
Reportagem – Equipe de Jornalismo da Axio News – Subsidiária da Axio Investments.
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