Meta enfrenta julgamento antitruste que pode afetar desenvolvimento de IA

Meta, empresa controladora do Facebook, Instagram, WhatsApp e Messenger, está sendo alvo de um processo antitruste liderado pela Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC). O caso, iniciado em 2021, acusa a Meta de adquirir empresas concorrentes para eliminar a competição, violando leis antitruste. Caso a decisão judicial seja desfavorável à Meta, a empresa poderá ser obrigada a dividir suas plataformas em companhias independentes.

Essa possível divisão representaria um duro golpe para a Meta, colocando em risco a utilização dos dados das plataformas para o treinamento de seus modelos de inteligência artificial, como o Llama. Atualmente, a empresa depende de dados gerados por usuários do Facebook, Instagram e outras plataformas para melhorar seus sistemas de IA. Separadas, essas empresas poderiam limitar ou restringir o uso de dados pela Meta, o que dificultaria sua competitividade no setor de IA.

A FTC alega que a Meta usou uma estratégia de "comprar ou enterrar" para lidar com concorrentes inovadores, criando um monopólio no mercado de redes sociais focadas em "amigos e família". A Meta, por sua vez, argumenta que suas aquisições, como Instagram e WhatsApp, beneficiaram os usuários e que a competição no setor permanece intensa com rivais como YouTube e TikTok.

O julgamento também ocorre em meio a crescentes preocupações sobre o uso de dados para treinar modelos de IA. Em 2024, a Meta foi obrigada a pausar o uso de dados de suas plataformas na União Europeia devido a regulações de privacidade. Além disso, a empresa enfrenta críticas por usar obras pirateadas para treinar seus modelos de IA, uma prática que também foi atribuída a concorrentes como OpenAI.

O desfecho do caso pode estabelecer precedentes importantes para a indústria de tecnologia, influenciando não apenas as práticas de fusões e aquisições, mas também o uso de dados e os limites da concorrência no mercado digital.