A Necessidade de Padrões Globais para Ativos Digitais
Publicado em: 18/04/2025 12:26 | Categoria: Criptomoedas
Os mercados tradicionais de ações, títulos e commodities possuem padrões bem estabelecidos que garantem o fluxo consistente de informações, facilitando negociações, liquidações e conformidade regulatória. No entanto, à medida que a indústria financeira adota as finanças descentralizadas (DeFi) e ativos digitais, como criptomoedas e valores mobiliários tokenizados, a ausência de padrões padronizados apresenta desafios crescentes.
Embora os ativos digitais apresentem grande potencial transformador, a falta de uniformidade nas informações pode dificultar sua integração ao sistema financeiro tradicional. Atualmente, plataformas independentes, como CoinMarketCap e CoinGecko, fornecem dados sobre diversos tokens, mas com inconsistências em relação à capitalização de mercado, fornecimento total e outras informações relevantes.
Os ativos tradicionais utilizam padrões claros definidos por organizações como a International Organization for Standardization (ISO). Exemplos incluem o Número Internacional de Identificação de Títulos (ISIN), que identifica unicamente instrumentos financeiros, e o Código de Classificação de Instrumentos Financeiros (CFI), que categoriza esses instrumentos. Esses padrões ajudam a construir confiança e facilitam o crescimento econômico, com benefícios estimados em bilhões de euros anualmente.
Para os ativos digitais, iniciativas globais estão surgindo para criar identificadores semelhantes. Por exemplo, o Identificador de Token Digital (DTI), definido pela ISO 24165, serve para identificar claramente tokens digitais. Além disso, os ISINs também podem ser alocados para instrumentos tokenizados, como criptovalores.
A padronização trará benefícios como maior transparência, conformidade regulatória e integração global. Identificadores únicos para criptomoedas e valores mobiliários tokenizados poderão se tornar obrigatórios, facilitando a rastreabilidade e o comércio. Dados padronizados também ajudarão no gerenciamento de riscos e na supervisão regulatória. A colaboração internacional será essencial para assegurar a interoperabilidade e reduzir inconsistências no mercado.
Embora passos iniciais tenham sido dados para a adoção de identificadores reconhecidos globalmente, como os padrões ISO, o progresso dependerá de uma coordenação contínua entre reguladores, instituições financeiras e o setor de ativos digitais, especialmente com regulações como o Markets in Crypto-Assets (MiCA) na União Europeia.
Reportagem – Equipe de Jornalismo da Axio News – Subsidiária da Axio Investments.
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