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Dúvidas crescem sobre a relevância do gás do Azerbaijão para a UE

Publicado em: 18/04/2025 20:31 | Categoria: Commodities

A demanda em queda por gás na União Europeia, combinada com o foco crescente em energias renováveis e importações de gás natural liquefeito (GNL), está diminuindo a importância do gás do Azerbaijão para o bloco, segundo especialistas. Além disso, preocupações com direitos humanos têm impactado a parceria entre Baku e Bruxelas.

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, pressionou a UE a facilitar a expansão do Corredor de Gás do Sul, ameaçando redirecionar as exportações para outras regiões caso isso não aconteça. No entanto, dados recentes mostram que as exportações de gás do Azerbaijão para a UE têm se mantido estagnadas nos últimos anos, lançando dúvidas sobre o compromisso de Baku em fornecer 20 bilhões de metros cúbicos anuais até 2027.

Segundo o think tank Bruegel, as exportações azerbaijanas para a UE no primeiro trimestre de 2025 caíram para 2,84 bilhões de metros cúbicos, abaixo dos 3,2 bilhões registrados no mesmo período de 2024. Em 2023, o volume foi de 3,07 bilhões no mesmo intervalo. No total, as exportações anuais para 2024 somaram 12,66 bilhões de metros cúbicos, pouco acima dos 12,39 bilhões de 2023 e dos 12,26 bilhões de 2022.

Enquanto isso, a UE segue recebendo mais gás da Rússia do que do Azerbaijão, de acordo com o rastreador diário de importações do Bruegel. Isso alimenta o impasse entre as duas partes: o Azerbaijão exige investimentos em infraestrutura para expandir a capacidade dos gasodutos, enquanto a UE questiona se o país será capaz de atender à demanda necessária para justificar tais investimentos.

Aliyev destacou as divergências entre as necessidades imediatas da UE por novos fornecedores de gás e suas metas de longo prazo para atingir emissões líquidas zero até 2050. Ele criticou a falta de contratos de fornecimento além de 2049 e a ausência de financiamento do Banco Europeu de Investimento para projetos de combustíveis fósseis. Ainda assim, especialistas europeus apontam que o declínio na demanda por gás e o aumento das importações de GNL, especialmente do Catar, podem reduzir a dependência do bloco em relação ao gás azerbaijano.

Além disso, o histórico de direitos humanos do Azerbaijão tem gerado críticas dentro da UE, com apelos para uma reavaliação da relação política e energética entre as partes.

Reportagem – Equipe de Jornalismo da Axio News – Subsidiária da Axio Investments.

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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