Indicações Polêmicas: Conselheiros de Estatais Sem Formação Compatível

O governo federal tem nomeado conselheiros para estatais com vínculos políticos e formação acadêmica distante da área de atuação das empresas. Segundo a legislação, conselheiros devem possuir formação compatível, experiência profissional e reputação ilibada. No entanto, análises apontam exemplos de indicações que não atendem integralmente a esses critérios.

Os conselhos de administração das estatais, responsáveis por supervisionar as empresas, oferecem remunerações que variam entre R$ 1.733,33 e R$ 13.813,97, dependendo da estatal e da frequência das reuniões. Dados do Ministério da Gestão destacam que as indicações, feitas por ministérios e aprovadas pela Casa Civil, devem ser analisadas por comitês de elegibilidade, mas nem sempre os currículos dos indicados apresentam clara compatibilidade com os cargos.

Entre os casos citados, estão Ana Estela Haddad, conselheira da Dataprev, formada em odontologia e com remuneração de R$ 4.188,89 mensais; Emir Simão Sader, filósofo e cientista político no conselho da Ativos S.A.; e Swedenberger do Nascimento Barbosa, odontólogo que integra a Companhia Docas do Rio Grande do Norte. Outros exemplos incluem jornalistas, sociólogos e historiadores ocupando cargos em conselhos de empresas de setores como mineração, saúde e portos.

O Ministério da Gestão defendeu que todas as indicações seguem os critérios legais e que a compatibilidade de formação é avaliada pelos comitês das estatais. Em algumas situações, as empresas justificaram as escolhas com base na diversidade de conhecimentos e experiências dos indicados. Ainda assim, as nomeações têm gerado questionamentos, especialmente pela presença de figuras com histórico político ligado ao partido do governo.