Política Energética na Austrália Levanta Alertas sobre Apagões e Fontes de Energia

Um debate acalorado sobre a política energética australiana ganhou destaque após declarações do deputado Colin Boyce, sugerindo uma estratégia de 'não fazer nada' em relação à transição energética. Durante um encontro com negacionistas climáticos, Boyce afirmou que as pessoas só compreenderiam a gravidade da situação quando 'as luzes se apagassem'.

Especialistas têm reiterado que a maioria dos apagões no país é causada por falhas no sistema de distribuição de energia, como linhas de transmissão, e não pela falta de geração de energia suficiente. Dados recentes mostram que, mesmo com o aumento da participação de fontes renováveis, como eólica e solar, no mix energético – de quase zero para cerca de 30% até o ano fiscal de 2022-23 –, a chamada 'energia não atendida' continua sendo insignificante.

Apesar disso, a oposição liderada pela Coalizão tem promovido uma narrativa de que fontes renováveis seriam responsáveis por um futuro de apagões, enquanto defende a continuidade do uso de usinas a carvão antigas e ineficientes até 2040. Um relatório recente do Instituto de Economia de Energia e Análise Financeira (IEEFA) alerta que essa abordagem pode causar sérios déficits no fornecimento de energia devido às falhas frequentes nas usinas de carvão. Segundo o relatório, essas falhas poderiam afetar cerca de 2 milhões de residências típicas.

Especialistas enfatizam que a ameaça real de apagões está ligada à inação política e à dependência de uma infraestrutura de energia ultrapassada. A proposta de Boyce de deixar os apagões acontecerem como uma forma de 'estratégia de amor duro' tem sido amplamente criticada como insensível e prejudicial, reforçando a necessidade de uma abordagem proativa para evitar crises futuras no setor elétrico.