Super fundo australiano aposta em energia de fusão com avanços tecnológicos
Publicado em: 17/04/2025 01:46 | Categoria: Energia e Renováveis
O Hostplus, um dos maiores fundos de pensão da Austrália, está investindo em tecnologia de fusão nuclear, sinalizando um novo interesse por essa alternativa energética. Segundo o CIO Sam Sicilia, os avanços em tecnologia nos últimos cinco anos e o perfil jovem dos investidores tornam a fusão uma opção viável para grandes investidores de longo prazo.
“A física já foi resolvida há muito tempo. O que faltava era a tecnologia e o conhecimento de engenharia”, disse Sicilia. Ele destacou avanços como ímãs supercondutores mais fortes, inteligência artificial para controlar o plasma e novos materiais que permitem maior estabilidade e eficiência.
A energia de fusão, que utiliza a união de núcleos atômicos para gerar energia, é considerada o "santo graal" das tecnologias de energia por ser mais eficiente que a fissão nuclear, produzir menos resíduos e não oferecer riscos de acidentes graves. No entanto, os desafios técnicos ainda são significativos. Em janeiro, a China conseguiu sustentar uma reação de fusão por 17 minutos em seu reator experimental, um marco importante, mas ainda distante da viabilidade comercial.
Empresas como a Commonwealth Fusion Systems (CFS), apoiada pelo Hostplus, estão liderando o desenvolvimento de reatores comerciais. A CFS prevê lançar o protótipo SPARC, capaz de gerar 50-100 MW de energia, até 2026, e um reator em escala comercial até 2032. Outros métodos, como a fusão a laser, também estão sendo explorados, incluindo iniciativas da startup australiana HB11, que utiliza uma abordagem única com combustível de próton-boro.
Na Austrália, o setor de fusão enfrenta desafios regulatórios e a necessidade de profissionais especializados. Pesquisadores locais alertam para a urgência de formar talentos e investir na cadeia de suprimentos para não ficar atrás no mercado global. Apesar de a tecnologia de fusão não ser explicitamente proibida no país, a ausência de regulamentação específica levanta dúvidas sobre sua implementação.
Especialistas acreditam que a fusão pode complementar outras fontes de energia renovável nos próximos anos, mas ressaltam que o país precisa agir rapidamente para garantir sua posição na cadeia global de produção e pesquisa.
Reportagem – Equipe de Jornalismo da Axio News – Subsidiária da Axio Investments.
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