Startup de Biotecnologia Anuncia 'Ressurreição' de Lobo Terrível, Mas Cientistas Contestam

A startup americana de biotecnologia Colossal Biosciences anunciou ter 'ressuscitado' o lobo terrível, espécie extinta há milhares de anos. A notícia viralizou nas redes sociais, impulsionada por vídeos e imagens de filhotes de lobo branco que lembram referências da série Game of Thrones.

Porém, especialistas apontam que a empresa, avaliada em 10 bilhões de dólares, não trouxe de volta o lobo terrível. Usando DNA de restos antigos da espécie, cientistas da Colossal editaram genes no genoma de lobos cinzentos modernos para criar animais com corpos maiores, crânios mais largos e pelagens específicas. Apesar do avanço tecnológico, os filhotes gerados são apenas mutações genéticas, e não réplicas do animal extinto.

A empresa afirma que este é o primeiro caso de "de-extinção" bem-sucedida da história, mas cientistas discordam. A paleoecologista Jacquelyn Gill, da Universidade do Maine, criticou o projeto, chamando-o de "desrespeito à vida e à verdade".

Além dos supostos lobos terríveis, a Colossal também criou recentemente um "camundongo lanoso" com pelos semelhantes aos do mamute. Os planos futuros incluem tentar recriar espécies extintas como o dodô, o tigre-da-tasmânia e o próprio mamute gigante.

Enquanto isso, outras startups estão usando tecnologia para restaurar a biodiversidade de forma mais prática. A suíça Stream Ocean, por exemplo, desenvolveu um sistema de reconhecimento facial para peixes, ajudando cientistas a monitorar populações. Na Alemanha, a Soilytix usa DNA ambiental para analisar a saúde do solo, e no Reino Unido, a Pivotal Earth conecta empresas a projetos de conservação certificados.

Enquanto os lobos geneticamente modificados ganham atenção, espécies como o lobo ibérico permanecem ameaçadas. Com apenas cerca de 2.200 indivíduos restantes, essa espécie nativa de Portugal e Espanha luta para sobreviver em áreas montanhosas. Especialistas alertam que os esforços devem se concentrar na conservação de espécies existentes e na proteção da biodiversidade atual, que enfrenta taxas de extinção até 1.000 vezes maiores do que antes da influência humana.