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Indústria de Criptomoedas Precisa Adaptar Soluções para Economias Baseadas em Dinheiro Vivo

Publicado em: 17/04/2025 14:06 | Categoria: Criptomoedas

Cerca de 1,4 bilhão de pessoas em todo o mundo continuam sem acesso a bancos, enquanto a adoção de criptomoedas não ultrapassou 8%. Apesar das promessas de inclusão financeira, a dependência do dinheiro vivo em economias da África, do Sul da Ásia e da América Latina permanece forte, com serviços bancários escassos, baixa penetração de smartphones e desafios de alfabetização digital.

Soluções offline para criptomoedas já demonstraram aumentar a adoção em algumas regiões, mas a indústria continua focada em carteiras digitais e aplicativos de troca, ignorando a realidade de bilhões que dependem de dinheiro físico. Em países como Romênia, Marrocos e Egito, onde a maior parte das transações ainda é feita em dinheiro, há um interesse crescente em criptomoedas, mas a infraestrutura digital limitada impede um avanço maior.

Uma abordagem mais prática seria integrar criptomoedas à economia real por meio de soluções compatíveis com dinheiro vivo, como notas físicas vinculadas à blockchain, vouchers com QR codes e transferências via SMS. Exemplos como o M-Pesa na África, que permite a troca de dinheiro físico por valor digital sem necessidade de conta bancária, mostram que esses modelos podem funcionar. Serviços como Machankura e Text BSV, que permitem transações em Bitcoin via redes móveis básicas, também estão ganhando tração em regiões onde smartphones não são predominantes.

Mesmo com preocupações de segurança associadas a ativos físicos, esses desafios podem ser resolvidos com agentes treinados e supervisão adequada. A resistência da indústria em adotar soluções baseadas em papel é um obstáculo para alcançar mercados não atendidos, especialmente em economias onde transações informais em dinheiro movimentam trilhões de dólares anualmente.

Estima-se que a integração de criptomoedas em economias baseadas em dinheiro poderia gerar uma oportunidade financeira de US$ 50 bilhões globalmente. Redes de agentes que facilitam a troca entre dinheiro físico e cripto poderiam movimentar receitas de US$ 10 bilhões até 2030, beneficiando até mesmo as exchanges. Reguladores poderiam hesitar diante de questões de transparência, mas a escala de inclusão financeira torna difícil ignorar o potencial econômico.

Para que as criptomoedas cumpram sua promessa de revolução no acesso financeiro, é necessário adaptar os modelos para atender às necessidades das populações que ainda dependem de dinheiro vivo. Isso inclui parcerias com provedores de telecomunicações, experimentação com soluções compatíveis com dinheiro e modelos baseados em agentes locais. Sem essas mudanças, a estagnação na adoção pode se tornar permanente, limitando o alcance das criptomoedas em mercados cruciais.

Reportagem – Equipe de Jornalismo da Axio News – Subsidiária da Axio Investments.

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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