China Bloqueia Proposta Russa de Exportar Mais Gás Via Cazaquistão

A China rejeitou uma proposta da Rússia para aumentar as exportações de gás natural para o leste através do Cazaquistão, complicando ainda mais a situação financeira da gigante de energia russa, Gazprom. A empresa estatal russa, que já foi uma peça-chave da política externa do Kremlin, enfrenta dificuldades financeiras e tem abandonado projetos em regiões como Ásia Central e América Latina.

A Gazprom busca alternativas para compensar a perda de mercado na Europa e propôs o envio de 35 bilhões de metros cúbicos adicionais de gás para a China utilizando a rede de gasodutos existente no Cazaquistão. No entanto, o embaixador chinês na Rússia, Zhang Hanhui, afirmou que a proposta é inviável devido à sobrecarga na infraestrutura atual. Ele sugeriu que a construção do gasoduto 'Power of Siberia 2', que passaria pela Mongólia, seria uma opção mais realista para aumentar o fornecimento.

O projeto do 'Power of Siberia 2', planejado para ter uma capacidade de 50 bilhões de metros cúbicos, enfrenta atrasos devido a questões financeiras e políticas. A falta de recursos da Rússia e da Gazprom para financiar novos gasodutos é um dos principais desafios para o setor energético do país.

Desde o início da guerra na Ucrânia, a Gazprom sofreu perdas significativas, com a empresa registrando prejuízo de US$ 10 bilhões em 2024 e projeções de perdas acumuladas de US$ 179 bilhões nos próximos dez anos. Como resultado, a companhia está reestruturando suas operações, com demissões em massa e venda de ativos.

A crise também está afetando os mercados da Ásia Central. Países como o Quirguistão estão reconsiderando suas compras de gás russo devido a fatores políticos e ao tratamento dispensado a trabalhadores migrantes da região na Rússia. O ministro das Relações Exteriores do Quirguistão, Zheenbek Kulubaev, declarou que o país está buscando diversificar seus fornecedores de gás, incentivando cidadãos a evitarem trabalhar na Rússia.