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Crise de Transformadores Ameaça Transição Energética Global

Publicado em: 16/04/2025 15:19 | Categoria: Energia e Renováveis

A transição global para energia limpa enfrenta um obstáculo inesperado: a escassez de transformadores. Esses equipamentos, essenciais para a infraestrutura elétrica, tornaram-se um gargalo crítico em um momento de alta demanda por eletrificação. Projetos de energia solar e eólica, a expansão de data centers e a modernização de redes elétricas estão sendo adiados devido à falta de transformadores, desde unidades simples até modelos industriais de grande porte.

A pandemia de COVID-19 acentuou o problema, com a demanda por infraestrutura elétrica crescendo rapidamente enquanto a capacidade de produção aumentou de forma limitada. Até o final de 2024, a demanda global por transformadores estava 20% acima dos níveis pré-pandemia, mas os prazos de entrega se estenderam de semanas para anos. No caso de grandes transformadores de potência, os pedidos podem levar de três a quatro anos para serem entregues. Os preços subiram até 80% em poucos anos.

Nos Estados Unidos, a crise foi agravada por uma guerra comercial. Altas tarifas foram impostas a transformadores vindos da China e de outros países exportadores. Com os EUA produzindo apenas 20% dos transformadores que consome, a dependência de importações aumentou, mas as sanções dificultaram o acesso a fornecedores estrangeiros. Isso resultou em atrasos em projetos de energia renovável e expansão de redes elétricas.

Enquanto isso, a China e outros países asiáticos continuam a atender suas demandas internas e a exportar transformadores a preços competitivos e com prazos de entrega menores. Em 2024, a China exportou mais de US$ 2,5 bilhões em transformadores a óleo, com prazos que raramente ultrapassam um ano. Fabricantes chineses como TBEA e Shanghai Electric se tornaram líderes globais no fornecimento desses equipamentos.

A guerra comercial dos EUA está redesenhando o mercado global de transformadores. Enquanto os americanos enfrentam dificuldades para modernizar sua rede elétrica, países como Índia e nações do Sudeste Asiático avançam em suas iniciativas de eletrificação, aproveitando a capacidade excedente dos fabricantes chineses. Na Europa, empresas elétricas começam a buscar alternativas no mercado asiático para superar os gargalos.

Com a urgência da descarbonização global e a pressão pela modernização de infraestruturas elétricas, a capacidade de entrega rápida e eficiente se tornou um diferencial estratégico. Por ora, a China lidera esse mercado com sua ampla capacidade de produção, enquanto os EUA lutam para construir uma indústria doméstica capaz de atender suas próprias necessidades.

Reportagem – Equipe de Jornalismo da Axio News – Subsidiária da Axio Investments.

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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