Tarifas de Trump destacam desafios econômicos para a Nigéria

As tarifas implementadas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, trouxeram à tona a falta de preparação econômica da Nigéria e a ausência de estratégias claras para enfrentar mudanças no comércio global. Embora o país tenha demonstrado agilidade em responder a crises econômicas no passado, como na desvalorização da Libra Esterlina em 1967, hoje a Nigéria carece de políticas proativas para lidar com o novo cenário internacional.

Um dos principais problemas é a dependência contínua de uma economia baseada em exportações de petróleo, em vez de promover a produção local e o desenvolvimento industrial. Historicamente, projetos como o Cocoa House e a Universidade Ahmadu Bello foram financiados por receitas de exportações produtivas. No entanto, muitos dos projetos atuais dependem de receitas de petróleo, o que limita o potencial de crescimento econômico sustentável.

Especialistas sugerem que a Nigéria precisa de uma abordagem mais integrada, incluindo a criação de um conselho de comércio e tarifas, bem como a nomeação de um especialista em comércio internacional para liderar negociações e estratégias comerciais. Além disso, o país deve reavaliar sua posição no Acordo de Livre Comércio Continental Africano (AfCFTA) e garantir que os benefícios sejam direcionados para a competitividade econômica nacional.

O sistema tributário da Nigéria também apresenta desafios significativos, com alta evasão fiscal e uma base tributária estreita que impede o aumento de receitas internas. Reformas no setor, como a ampliação da base tributária seguindo exemplos de países como Burkina Faso, são consideradas essenciais para a sustentabilidade econômica.

Analistas apontam que tarifas protecionistas, como as de Trump, podem prejudicar o comércio global a longo prazo, causando inflação e redução da competitividade. Para a Nigéria, o momento exige uma transição de uma economia rentista para uma mais produtiva e competitiva, com foco em exportações e inovação industrial. Sem essas mudanças, o país pode enfrentar maiores dificuldades econômicas no futuro.