Uso de Criptomoedas Cresce no Iêmen em Meio a Sanções dos EUA

Cidadãos iemenitas estão recorrendo cada vez mais a protocolos de finanças descentralizadas (DeFi) como alternativa ao sistema bancário tradicional, em meio a sanções dos Estados Unidos contra o grupo Houthi, classificado como organização terrorista.

No passado, a baixa infraestrutura de internet e o limitado conhecimento financeiro da população, afetada pela guerra civil, dificultavam a adoção de criptomoedas, de acordo com um relatório da TRM Labs. No entanto, o uso de ativos digitais no país tem crescido, motivado mais pela necessidade do que pela especulação.

Para muitos iemenitas, as criptomoedas oferecem uma alternativa às instituições financeiras locais, que muitas vezes são inacessíveis ou estão inoperantes devido ao conflito em curso. Dados da TRM Labs mostram que plataformas DeFi representam 63% do tráfego relacionado a criptomoedas no país, enquanto exchanges centralizadas globais somam 18%.

Além disso, algumas pessoas utilizam transações peer-to-peer para movimentar fundos através de fronteiras ou realizar remessas internacionais. O interesse em serviços DeFi reflete a busca por sistemas que permitem transações sem intermediários, especialmente em locais onde os bancos são pouco confiáveis.

As sanções crescentes contra o grupo Houthi têm impulsionado o aumento do uso de criptomoedas no país. Um exemplo disso foi o aumento de 270% no volume de uma exchange de criptomoedas baseada no Iêmen após a reclassificação dos Houthis como terroristas globais em janeiro de 2024. Movimentos similares foram observados após sanções adicionais e mudanças políticas nos EUA.

Segundo a TRM Labs, à medida que as sanções internacionais se intensificam e as vias financeiras tradicionais se tornam mais restritas, o uso de criptomoedas no Iêmen tende a crescer em escala e sofisticação, oferecendo uma alternativa menos sujeita à supervisão e mais difícil de rastrear.